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Como estamos olhando para os nossos idosos?

Pela Equipe de Comunicação e Marketing


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. O Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária, número que representa 13% da população do país. E esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da População, divulgada em 2018, pelo IBGE.


Dessa forma, como estamos olhando para estas pessoas que, envelhecendo, precisam mais de cuidado, atenção e carinho? Olhar pra eles é olhar pra nós mesmos, já que um dia também faremos parte deste percentual.


A boa convivência com o idoso, a paciência e cuidado que devemos ter para com ele é conquista sedimentada pelo amor e pela certeza de que estamos aqui reencarnados, para sermos úteis uns aos outros. Entretanto, costumamos ver nossos “velhos” como pessoas improdutivas, esquecendo que existe atrás daquele andar manso, e gestos muitas vezes dificultados pelas doenças adquiridas pela idade, uma mente que acumulou conhecimentos durante muitos anos. O que às vezes falta é mais respeito ao tempo que ele agora precisa despender para realizar algum tipo de atividade.


Foram eles que nos ensinaram, durante longos anos, muito do que sabemos hoje. Podemos até ter aprimorado este conhecimento, mais as bases vieram deles. Como diz Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo (peça em nossa livraria), capítulo XIV, item 3: “Muitas vezes reservamos para eles os piores cômodos da casa”, afastamo-los da mesa porque nos incomoda vê-los comer com dificuldade e, aos poucos, afastamo-los do convívio familiar, com a desculpa de que eles não gostam mais de sair ou receber as visitas que vêm à nossa casa; quando, na verdade, somos nós que temos dificuldades de sair com eles, somos nós que queremos oferecer a eles, não o que eles gostam, mas o que nós gostamos. Somos nós que escolhemos os passeios: se vamos ao cinema, escolhemos o filme que eles vão ver, o restaurante que eles irão e, muitos vezes, até o que vão comer. É claro que precisamos estar vigilantes com relação às escolhas deles, mas é preciso lembrar que eles também têm o direito de opinar com relação às escolhas que estão sendo feitas.


O espírito Angélica, no livro Escrevendo Palavras, Modificando Conceitos, capítulo 2: Saber envelhecer, concita a pensar que: “Temos que verificar o aprendizado armazenado ao longo dos anos vividos e dele utilizarmos, tanto na condução de nossas vidas quanto em favor de entes queridos e amigos, auxiliando-os a direcionarem a própria vida.”


É preciso fortalecer os laços familiares, intensificar a convivência dos mais idosos com os mais novos, ensiná-los a respeitar uns aos outros, destacando o que de melhor eles têm a oferecer. A convivência entre as gerações possibilita a troca de conhecimentos: um pode enriquecer o lado afetivo e emocional do outro.


Sabemos que o modelo familiar mudou muito: já não existe nas famílias aquela “tia” solteira, sempre disposta a cuidar dos familiares, como se isto fosse o natural e esperado dela. Sabemos também que não podemos esperar do Estado toda e qualquer solução para os problemas que estamos vivendo com relação aos nossos idosos. Mas, sabemos também que, nos ensinamentos do Cristo, encontraremos a melhor maneira de vivermos esta relação. É fazendo ao outro o que gostaríamos que o outro nos fizesse, que aprenderemos a oferecer o melhor de nós, afinal, quem não que ser amparado e cuidado com carinho e respeito?


É claro que esperamos dos nossos governantes, políticas que garantam a qualidade de vida dos nossos idosos, mas a melhor política é a que podemos oferecer. É aquela que acolhe sem limites, que jamais deixa a impressão que são fardos pesados que temos que carregar. É aquela que demonstra a gratidão por termos a oportunidade de fazer o bem e cuidar desta joia, que agora se apresenta tão frágil, mas cujo brilho foi intensificado pelos anos de luta e aprimoramento.


Na Seara Divina, somos todos trabalhadores de última hora, e na fieira da reencarnação estamos sempre alternando lugares, e estes idosos, dos quais temos o compromisso e a responsabilidade de cuidar agora, talvez sejam um dia, numa reencarnação futura, o jovem cheio de vigor que cuidará da nossa velhice.



Cuidar de alguém é o reflexo da bondade divina, que cuida de todos nós!




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